quinta-feira, 3 de abril de 2008


Enny era uma mulher forte como um aço e frágil como um cristal. Muito bela e bem quista. Longos cabelos, pele vistosa, cheirava agridoce. Desejada por todos. Mas Enny não podia, já que seu destino não era de ninguém.
Ela tinha um sonho. Um sonho guardado dento de si. Nem ela mesmo sabia defini-lo, mas estava lá, o sonho estava lá, consumia seu peito como um rato a devorar seu queijo.
Estava ela deitada na cama, a solidão e a melancolia era suas companheiras. Pensamentos vagam em busca de uma reposta. Ascende um cigarro, e o tempo queima com a brasa. O cinzeiro está cheio. A taça transborda. Transbordam as idéias. As lágrimas.
O vazio.
Enny se levanta e, segue em direção ao banheiro. Olhos nos olhos... olhar fundo... ela vê o que não quer. Face a face consigo mesma, o espelho reflete uma beleza esplendida, sem defeitos. Mas seu coração necrosa.
O cigarro está chegando ao fim...
Toma um trago de sua bebida. Suspira. Respira. Pensa nas coisas que poderia fazer. Nada de concreto. Nada de novo. Mas pensa que há algo a fazer. Pensa. Há algo.
Enny se veste. Leva consigo uma sacola, andando pelas ruas a procura de ilusões.

N.A.G.

2 comentários:

CURTA CURTAS disse...

Lindoooooo essa personificação......para quem te conhece e uma conhecidência proposital

Unknown disse...

Acho que existe uma escritora com
medo de assumir o q sabe fazer...
Prosa-poética... maravilhoso
acho que vc acertou em ler Jack Kerouac, na verdade não ele, mas "Tristessa"...
Triste, frágil, doentiu, raivoso, visceral...
é por esses e outros motivos que gosto e uso tanto a palavra lasciva...

Te amo

beijo